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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Grêmio defende condição itinerante diante de crise do interior de SP, e admite que fica em Prudente



(fonte: UOL)

Um ano se passou desde a mudança oficial do 'extinto' Grêmio Barueri para a cidade de Presidente Prudente. Durante este período, o clube acumulou uma ótima participação no Campeonato Paulista de 2010, chegando às semifinais do torneio. Porém, na mesma temporada, não fez um bom Campeonato Brasileiro e acabou caindo para a segunda divisão. Agora, a atual missão é salvar a equipe do rebaixamento no torneio estadual.


Nestas declarações exclusivas ao UOL Esporte, o presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Prudente, Walter Jorquera Sanches, revela qual a análise do clube em relação a esta mudança, após um período considerável de permanência na cidade de Presidente Prudente. Walter conta que não guarda mágoas do prefeito de Barueri, mas afirma que a história poderia ter sido diferente. “Hoje nossa realidade é Presidente Prudente e estamos felizes por isso”. Confira a entrevista na íntegra:

UOL Esporte: O que mudou no Grêmio Prudente desde a mudança de Barueri para Presidente Prudente?
Walter:
Mudou bastante. Estamos a 530 km da capital e com certeza os negócios na área esportiva ficam mais difíceis. O perfil do investidor na área do futebol que, em São Paulo, ou em torno da grande São Paulo é tido como um negócio normal, como em outras áreas, bolsa, imóveis, etc, aqui em Prudente é uma novidade. O grande empresário tem outra visão em relação a investimento e não vê, com raríssimas exceções, que o investimento no futebol pode ser viável como qualquer outro negócio da região.

UOL Esporte: Quais os fatores positivos negativos desta mudança?
Walter:
De fator negativo, apenas a distância em relação à capital; positivos, vários: Bela cidade, tranquila, bom padrão de vida, torcedores vestindo muito mais a camisa do time. Aqui como na Grande São Paulo, todo torcedor já tem o seu primeiro time e os daqui, com certeza pela distância, são mais simpáticos ao novo time da cidade...

UOL Esporte: Valeu à pena ter deixado a cidade de Barueri e ter transferido o clube para Prudente?3 – Como é a relação com a prefeitura de Presidente Prudente? Muito melhor que a relação que o clube tinha com a prefeitura de Barueri?
Walter:
A relação entre a Prefeitura de Prudente e o Grêmio é muito boa. Também era boa em Barueri,  até o momento em que eles quiseram se apoderar do time e criar uma série de dificuldades para o desenvolvimento do nosso trabalho. Eles usaram a desculpa de que não concordavam que o time tinha virado empresa, mas, em 2008 não houve qualquer tipo de problema, até porque que era ano de eleições municipais. Aí, em 2009, o Grêmio passou a ser problema na cidade? Estranho, não? Acredito que todo time do interior tem que ter uma relação bem aberta e franca com as Prefeituras locais; afinal, jogamos em Campos Municipais, treinamos em campos do Município, nós aqui temos uma relação bem tranquila com Prudente.

UOL Esporte: Você guarda alguma mágoa da prefeitura de Barueri? Acha que a história poderia ter sido diferente?
Walter:
Não guardo mágoa nenhuma de ninguém, nem mesmo do próprio Prefeito [Rubens Furlan]. Ele que seja muito feliz com a equipe que ele montou em outubro de 2009, o Sport Clube Barueri. Não tenho nada contra ninguém, muito pelo contrário, que cada um seja bem sucedido com seus projetos esportivos. Mas, é claro que, com certeza, tudo poderia ser diferente. Houve muito desgaste desnecessário e o que importa é que isso é passado; hoje nossa realidade é Presidente Prudente e estamos felizes por isso.

UOL Esporte: Como está a questão da torcida? O clube foi bem recebido pela cidade? O número de torcedores é semelhante ao de Barueri, ou ainda leva um tempo para isto acontecer?
Walter:
Fomos extremamente bem recebidos na cidade. Nós do Grêmio Prudente é que não estamos fazendo nossos deveres de casa. Quando chegamos, estávamos sem 18 jogadores do plantel de 2009 e fizemos um belo Campeonato Paulista, fomos o terceiro colocado, mas acabamos caindo para a série B do Brasileirão de 2011. Quem entende de esportes sabe que só se fideliza torcedor com vitórias. E neste momento, não estamos bem. Mas vamos melhorar e contamos com o apoio do torcedor prudentino.

UOL Esporte: Agora em Presidente Prudente, o clube deve permanecer na cidade mesmo?
Walter:
Com certeza. Chegamos como time de série A e série A-1 do Paulista. Neste momento estamos na série B e na zona de rebaixamento. Mas estamos trabalhando e muito para sairmos desta situação.

UOL Esporte: Vocês sentem alguma espécie de rejeição de parceiros e patrocinadores em geral por ser um "itinerante"?
Walter:
É uma situação nova no mercado. Se  transferir de cidade é uma situação diferente. Leva tempo para que todos se acostumem. O time nasceu em Barueri e hoje é muito bem recebido em Prudente. Sempre existirá uma situação desconfortável que se apagará com o tempo. Mas nenhum arrependimento pela mudança.

UOL Esporte: Em 2010, pouco tempo após a mudança de cidade, a equipe chegou às semifinais do Paulista, mas em seguida caiu para a segunda divisão do Brasileiro. Acha que isso poderia ter sido evitado se o clube tivesse permanecido em Barueri?
Walter:
O que eu acho é que, se tivéssemos investidores parceiros, nós não precisaríamos vender nossos melhores jogadores e aí sim, com certeza, nós não cairíamos porque manteríamos a qualidade do Paulistão de 2010. Sem investimentos, parceiros, fica difícil fazer futebol de alto nível.

UOL Esporte: O Americana acabou de passar por isso também – mudou de Guaratinguetá para Americana. Você que esta é uma tendência no futebol de hoje?
Walter:
Não acho que são tendências; cada time se adéqua a sua situação. Acabou o futebol competitivo que existia há algum tempo atrás no Interior do Estado de São Paulo. A Lei Pelé foi um dos bons motivos que os clubes como Ferroviária, XV de Novembro e outros foram ficando cada vez mais órfãos  de empresários oportunistas. Hoje, com contratos curtos, os times do Interior pouco ou quase nada detêm de direitos federativos do atleta. Quase todos entram num Paulistão só para curtir a chamada vitrine e no segundo semestre vão para outras equipes que tenham série A ou B ou C no calendário anual. A maioria das equipes paulistas só tem no segundo semestre a chamada Copa Paulista, extremamente deficitária. O ideal como disse antes, seria uma maior aproximação dos times do Interior junto às prefeituras municipais e dividir alguns custos como alimentação, transporte, hospedagem; enfim, aliviar um pouco os custos dos clubes pequenos.

UOL Esporte: O estádio Prudentão ganhou um novo sistema de monitoramento, citado no próprio site do Grêmio Prudente como o mais moderno do Brasil. Com certeza é um dos fatores positivos da ida para Prudente, certo? O estádio é melhor ou pior que a Arena Barueri? Como foi ‘abandonar’ o moderno estádio de Barueri?
Walter:
Primeiro: não "abandonamos" o moderno Estádio de Barueri; isso não condiz com a realidade dos fatos. Ficamos sem quaisquer condições de nos manter na cidade e por isso procuramos uma cidade que nos acolhesse.  Você quando bem acolhido, está bem em qualquer lugar. Nós estamos muito bem jogando no Prudentão, com gramado novo, monitoramento moderno e com todas as condições para trabalhar e receber os vários times brasileiros em ótimas condições.


Estádio Prudentão

UOL Esporte: Fale um pouco sobre este novo sistema de monitoramento do Prudentão, por favor.
Walter:
O monitoramento foi feito de acordo com os padrões exigidos pelo MP e Policia Militar e aprovado pela Federação Paulista de Futebol; tudo muito prático e moderno. São 42 câmeras, duas delas que possibilitam giros de 360 graus pelo estádio e com capacidade de zoom de até 30 vezes. Além disso, foi trocado o alambrado, ampliado o posto da Polícia Militar, corrimãos foram colocados nas arquibancadas e a iluminação foi aprimorada. E, por fim, o gramado foi completamente trocado e hoje se assemelha aos principais campos do país como Pacaembu, Morumbi, Vila Belmiro. Ao todo, foram investidos mais de R$ 700 mil pela Prefeitura de Prudente.

UOL Esporte: Para completar, quais as expectativas do Grêmio Prudente para esta temporada?
Walter:
A expectativa do Grêmio Prudente é procurar se manter na série A-1 do Paulistão e tentarmos o acesso a série A do Brasileirão. Achamos que pela subida do Bahia, Coritiba que são do Clube dos 13 e têm uma cota diferenciada em relação aos demais cubes e o acesso do Figueirense, que sempre foi uma grande força, sobram mais vagas para times que tenham um menor orçamento dentro do futebol brasileiro.

(fonte: UOL)

2 comentários:

  1. Que coisa heim. Time pequeno é f***!

    Abraço

    http://gremista-sangueazul.blogspot.com

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  2. É triste isso, de ter de mudar de cidade e tudo mais. Acho que o mais certo a se fazer no Brasil é implantar o modelo Europeu, os times terem donos! E a má gestão ter consequências, se não nunca mudará esta realidade.

    Abraço

    http://tanaredee.blogspot.com

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